MARIA DO BREJO

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Este apelido em nada lhe conferia valor
Aquela menina linda de olhos sonhadores
Era pura como o ar limpo do interior
Fiel às suas crenças e aos seus genitores
 
Tudo nela tinha o dom da natureza
Pele clara com pequenas sardas pela exposição ao Sol
Olhos iluminados de Lua, cinza-prata, uma beleza
Cabelos negros como as asas da graúna à luz do arrebol
 
Sua boca era rosada como um salmão contra a correnteza
Adorava seu vestido de chita, amarelo claro como a palha do milharal
Sempre com um laço de fita vermelha nas madeixas, uma lindeza
Arisca como galinhas correndo livres no quintal
 
Morava naquele lugar onde reinava a alegria
Onde existia o Brejo da Cantoria, um apelido simplesmente
Assim chamado, pois as suas águas tinham melodia
Como lá ela morava, a chamavam assim muito docemente
 
Lugar de gente simples e hospitaleira
Pouco afeito aos preconceitos da cidade
Tudo na paz das gentes bem brejeiras
Isso é se sentir feliz de verdade!  

 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 08/11/2019
Reeditado em 13/11/2019
Código do texto: T6790285
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