O CÉREBRO

I

Na minha andança imóvel;

Vejo tantas coisas móveis;

Curvas intermináveis...

Que não chegam em lugar nenhum.

II

Objetos se movem;

E eu imóvel choro;

Lágrimas em curvas;

Interminável chegar.

III

O pranto abre outros caminhos;

Imóvel não sei como chegar;

Penso horas a fio no final;

Em mente tentando por caminhos...

Atravessar esse vazio;

Quem sabe eu chego lá!

IV

O tempo vai passando...

Tudo vai brotando;

Surgindo em minha frente;

E eu atentar me levantar;

Sinto o perfume das oliveiras;

Que sempre vem me visitar;

E retorno a pensar:

"Na minha andança imóvel..."

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 04/08/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6711915
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