O CÉREBRO
I
Na minha andança imóvel;
Vejo tantas coisas móveis;
Curvas intermináveis...
Que não chegam em lugar nenhum.
II
Objetos se movem;
E eu imóvel choro;
Lágrimas em curvas;
Interminável chegar.
III
O pranto abre outros caminhos;
Imóvel não sei como chegar;
Penso horas a fio no final;
Em mente tentando por caminhos...
Atravessar esse vazio;
Quem sabe eu chego lá!
IV
O tempo vai passando...
Tudo vai brotando;
Surgindo em minha frente;
E eu atentar me levantar;
Sinto o perfume das oliveiras;
Que sempre vem me visitar;
E retorno a pensar:
"Na minha andança imóvel..."