O pandeiro



Na memória a sentença e as fábulas infantis,agora baús trancados;
Meus sentidos todos são pegos pela mão,e me faço íntima,e tenho fome;
Abriu outono,e a fome se faz febril e tange a cor minha da pele;
E de novo afundamos na sentença de Deus!Meu bem,se há morte não sei!

Senti-me abrir um jardim e temi um basilisco,e as mãos são pesadas,
Calo coisas todas de amor,pra que ninguém saiba,que rio,por mim,volta;
Enegreci as manhãs e pela noite roubei estrelas,todas nuas,e esparramei-as
Todas tão infimas e mais ainda intimas na cama de dormir,ou se passar!!

Senti,que hoje amanheci muito mais velho,e meus sentidos também muito
mais velhos, e às mão a quem ortorguei,se foi ,e os deixou na mesa de cedro,
cadeiras de cedro ,lá também outras canções de rio ,e remo e de cedro!!

Na memória ,mais velho,um pandeiro,e um punhado de sonetos vagos!
Apanhei reticente, velhos retratos,e os rasguei,mandei concertar canoa,
Desmonto o tempo,e no tempo do galope,prossegue sempre,rio,cedro!!




 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 24/03/2019
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