O som das Pedras
O som das Pedras
A cada instante uma palavra nova,ruge dentro de mim;
Na ausência de uma ou outra, morro sempre abrasado;
E nada se quebra,é fio e abismo,e já me basta.
E no papel que escrevi soneto, como-o por inteiro!
E dessa urgência de possuir o que tem de vida a semente,
Já não me basta de todo o esquife ou a alforria,me calo,eterno;
E da vida acontecendo,e momentaneamente se bastando,
A vida me modula de novo o ventre,renasço do mesmo abismo!
Sendo assim,as coisas, essas permanecem,até chover nas romãs,
De um outro tempo,de um outro momento de criação,
Só o coração cuida de seu conteúdo,das palavras que retornam!
O tempo então discute o talhe de mim e da poesia,mais um abismo
E me retem o pulso de tudo,mas uma flor me tem em gestação
E avisa que haverá silêncio,tudo distraído,colide ato de existir!!