Roserais da carne
Procuro seu rosto
Entre as águas do mar,
Mais só vejo garrafas a flutuar...
Meu coração vagabundo
Te procura pelo mundo....
Entre as flores
Me apego a os espinhos
De costa pro Rio
Sinto no peito
as navalhas do tempo
A me flagelar....
Sinto na face
O vento chicotear...
Enguanto as garrafas
Que levam lembranças
Para o alto mar
De costas para o Rio...
Lágrimas que caem...
Em um temporal
As emoções se fundem
em vendaval
Que a carne arrebata
Que a alma deforma
Mas o espírito purifica...
Eu vendo garrafas
Pelo mar
A flutuar...
Lembranças afiadas
Que vem a me machucar
Faca amolada
Que me parte
E reparte
Até nada mais sobrar...
Voam as pétalas
Memórias aflitas
Que seus aromas
Não mais me satisfaz....
Ando perdido
Entre roserais
Pé na lama
Espinhos na pele
Cicatrizes que se abrem ás...
Lembranças
São aromas e petalas
São roserais
Que submergem da carne
Como os martírios mais
Vou sobre cacos de memórias
Garrafas, facas e navalha
Corro pelos roserais...
Faz tanto frio
De costa pro Rio
Me levanto
Sacudi as cicatrizes
E vou me de pés no chão
Colhendo espinhos
Entre os roserais
Contemplo ás!