Permuta de amor                                         
Quando partir,levarei meus baus de velhos
sonetos empoeirados e  alguma poesia em desdita ;

Pedaços desse exílio por certo ficarão!

Ficarão as fuligens do coração tantas vezes doado;
Ficarão o espólio,e algum retrato no aparador,
E o tempo me derá o endosso do que sou!

quando partir,mudarei a vida e  casa,
Mas levarei meus vasinhos de cominho,e de Alecrins,
Deixarei pra ti meu pé de romãs,e erva de camomila,
E  estações me esperam,sei que virá primavera,sinto as flores!

Quando partir,não vem atrás,deixei esplicações
em papel de caderno,mas levarei tinta -nanquim,e caneta -tinteiro,
Mandarei buscar escrivaninha de jacarandá!

Agora  já estou indo,mala de peças mínima,mas calar é a norma,
É a ordem de ruminar o silêncio e o indisposto coração,
No nosso amor,era um territorio e uma jornada,
não coube mais inquisição e a permuta,e o que nele não rende!

O jugo,era sustento,vou de passadas leves,no tempo se relembra,
E meu bem,soltei o pasario da gaiola,sem nenhuma bandeira
Sigo para a vida,o dia é fora as estrelas meu manto;

Por certo,só o amor é em algum lugar lá fora,
O espanto,perdeu a trilha...adeus meu querido,A vida me pretende!!





 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 26/10/2018
Reeditado em 27/10/2018
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