A chuva
A chuva
Por Alberto Valença Lima
A chuva
Precipitava-se fina...
Molhava a grama,
Esfriava a pele
Que enrugada
Pela friagem lenta
Pedia o aconchego
Do abraço terno,
Do carinho quente,
Da pessoa amada.
A chuva
Que não queria parar
Molhava o solo,
Regava as flores,
Despertava amores,
Convidava à alcova.
E tu,
Que em meus braços
Aporta
Qual canoa
Que ao cais
Se aconchega,
Que a âncora
Abraça
Entrega-se
Aos carinhos
E à volúpia
De desejos
Guardados,
De prazos vencidos,
De loucuras
Jamais imaginadas
Por tua pele
Que a chuva beija.
Em 2018, Oct., 18 th. 20h 29