Porta-Retratos


Não quero esquecer a pressa de ti
com restos e iguarias das palavras nuas;
Fazer chover na poesia que todo mar cura
Enquanto é tempo; 
E quero-lhe fazer uma pergunta;
Quando existiu a poesia
Concebida dessa maneira nua
do que me vence palavras sitiadas?!
Sou eu a parturiente, e tenho os olhos cíclicos,
versos vis como todas as faces ,
do tamanho que é toda eternidade;
E único  apelo é o que deixei
de retrato vago no aparador;
O mesmo rosto,a mesma solidão!
E de novo o porta-retratos
na casa de cômodos,
Onde existir é tudo que dura!!
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 14/10/2018
Reeditado em 14/10/2018
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