Eclipse
Quero me acometer de um poema;
Na janela meu rio desce tranquilo,
Nos armários meus livros e guarda-sóis;
Sob o mesmo rio, a mesma escuridão,
o sereno pulsar é latente ,e pulsa o vil !
A poesia nao seca,
secam se as folhas,as avenidas,filetes dágua secam;
Não as palavras,que redoma injusta de ser poeta ,
e algo me pretender só o verso mais duro!
Mas poesia e rio de terra minha não troco;
Emigro mas volto,quero um poema só nosso;
Sou poeta descabido,desabitável,sereno,
Parecendo não existir nem auroras ou arrebóis!?!
Ah! guerra da palavra não exaure,não fura,nem se expõe;
Poeta cansado,lúgubre, extenso,a idéia da penumbra
Lhe secou a vida,
tanto quanto o sol e a canoa,
poeta nao quer mais poesia de pouca valia pra o amor !
Tem suor no rosto e no remo
Tem som afinadíssimos de Mozart....
...ou estampido de granada!.Que patético poeta,...lançastes
...,cordialmente...teu impretérito perfeito....já de não sê-lo mais, já és valente...
Sol desbanda lá no banhado!!