Talvez seja
Nós, nos misturamos;
As pessoas vazias,
Que se acumulam,
Sobre as calçadas.
Disfarçando nossos pensamentos,
Com discussões rasas,
E fingindo, não ter sentimentos...
Com isso, nos tornamos,
Aquelas faces comuns,
Sem os nossos olhares
Personalizados.
Carregando no semblante,
Um sorriso pálido,
Nas mãos, um currículo,
E, nada no peito,
Além de algo pulsante...
Talvez!
Seja um coração
Em frangalhos.
Talvez! seja medo,
Ou simplesmente, só seja,
Um talvez...
A esperança, é tão gelada,
Quanto aos raios da aurora,
Que tocam o solo,
E, sem certezas,vamo-nos,
Entre a multidão de pombos,
Bicando os chão atrás de migalhas.
Mantendo, a frágil força, da fé,
Dentro da cachola...
Não mas, nós diferenciamos,
Da multidão.
Não lembro mais, de ter sentido
Emoção...
Ao ouvir falar do futuro,
Cá comigo, estou um tanto
Inseguro...
Como um espantalho,
A admirar o plantação,
Que, não sei se chegará,
em minha mão, algum
destes frutos.
As vezes,
Tenho vontade de sorri,
aí o tempo fecha,
E, lembro que não tenho
para onde ir...
Somos tantas faces,
de um mesmo espantalho.
Somos aqueles, sem sonho,
que carrega na mão um currículo,
E, guarda no bolso, o coração...
Com medo, de se perde da realidade,
Pois, sabemos que já perdemos
As nossas identidades,
No meio da multidão...