Vinhas
Dor de amor ensimesmada não é de dor de amor!
Do que é vindo do passado não é dor de amor,nem trás calor!
O que vai lento no coração não é verso pronto,é só argumento;
Quem não se rega de chama, de sexo, nunca se dará poesia!
Por beijo de alma se agita outra alma,ou se cala nudez sempre!
Metades doadas já são perfídias,e nã faz vida valer a vida;
Me cansei dos teus calores sem sustento,não molhas lençóis
com agua de cheiro,me sugaste,desgastei coração,pele nua e corpo
ardente,nada mais,darei,não de vida tão a mal trato, tratei !
Dor de amor sem desvendá-la ,fiquei,nenhuma valia!
Hoje baterei porta,meu bem,tuas mãos de garras,não mais,
tirei -as do peito,e de ti nada levo teu,nem solicitude;
e não olharei pra trás,nenhuma carta deixei,nesta medida
podes até ser a ti infortúnio;Calei coração e sangria!!
Sou poeta tenho sangue quente,vivo também de afinco;
E levarei caneta -tinteiro,e do armário peguei pão de centeio;
E garrafa de Vinho do Porto;Deixei teu absinto,no mesmo armário!
Me vou,sinto coração se desanuviar,e sinto cheiro de erva nova!
Quando acordares terás o peso das correntes que deixei!
Nada impede a vida quando for pleito,uma semente,uma colheita!!