O barzinho que poeta se perdeu
                  
        (Homenagem a um grande irmão de coração,Poeta Ricardo Mascarenhas)

Apanho tua ausência e faço fio de desenlace,bebeste absinto!
Tenho vestiduras de regimento e de corsário do rei;
Faco fé  nas coisa tardias e de versos de calabouço,os faço!
Cometi por engano e fiquei,barzinho frente ao rio,tomei título de poeta!

Mas quem me sabe,dos meus sonetos guardados empoeirados
no criado mudo,outros atarraquei,baús no limbo do peito;
Já nasci de ventre poeta,meu maior ofício,é parir versos que encantam,
mas por porfia da vida,do amor de desencanto,bebo também; 
Chopp gelado,a olhar mulher faceira indo rumo de rio,plantear
roupa bem lavada,pra menina-moça se por bonita pra amar!

Que pretendes poeta,calamitar poesia?! Esqueceste homem a caçar estrelas pra fazer calor,e outras mais a doar mulheres rendeiras, de se enamorar?!
Levanta da cadeira de barzinho,moça bonita desceu rua,vá lá,
dê -lhe um verso e convidas a jantar! Barzinho logo fecha tens que se dar!

Anda poeta,precisa banhar,colocar flores na mesa,se colocar água de cheiro,e se barbeaste,coloque gravata azul,e camisa branca,
convide a moça pra dançar! Mas poeta onde fois?! Tua cadeira ainda estás?!
Ah! Poeta,amigo,embrenhaste absinto,te disse caminho sem volta;
Atrapalha pleito,poesia matreira,e desacolhe mulher rendeira pra casar!!

Barzinho,com cadeira rosa,fachada bonita garanto,mas vinho de bonito
sabe amargar! Consertaste canoa poeta,amanhã tem pescado de rio,
és convidado,planteias de absinto amanhecer,sem poema pra dar cio,
e escrivaninha deixar ?! Carcomida será tua vida,manhãs afáveis 
não te acharão! Joga fora absinto poeta,perderás indrisos já feitos,
e teus poemas que amas,faltará papel de pão a deixá-los como dantes!!

Vem poeta,amigo meu de serenatas,com verso pudico ou extraviados,
te levarei tua canoa contigo e não mais se darás ao absinto,
prepararei guizado por enquanto,beberás chá de hortelã,até dor passar!!

Enquanto isso,te lembrarei ,que tecias todas poesias e eras apanhador
de estrelas,mesmo em ponta de pés! Vai poeta se banhar,vida te quer,
todo em maestria,calor cio e útero dantes,amor antigo não vai voltar;
Te esquece dela,mal,sei,te fez,mas barzinho de cadeira rosa volta não,
Te esquerás vinhedo,tua sorte de chão com canoa de atracar margem;
Poeta,colocaste gravata,te barbeaste,volta lá mais não;
Te servirão absinto e desencanto de propósito,te porão em rendição!!

Volta não poeta,rasgarão teus sublimes sonetos de amar,vintém acabar,
te tecerão dores,e talvez por idade,te cuspirão,barzinho de cadeira rosa,
são pra desmedidos de coração,foi lá,que um dia conheceste aquela
que teu coração pisou,teu vintém tomou,e te riu,de ser poeta ela calou!!

Volta lá não poeta,eu já vou,lamento o estio deixado,lá roubaram teu 
coração,tua alma desacatou,deixaste até tua horta de Alecrins partida!!! 

Agora poeta sou,estou lendo minha verdadeira poesia de alma,
a quem quizer conselho dou,minha horta de Alecrins,nuncca mais chorou!!

Assino,Poeta que sou,desatino de coração, dê resguardo,logo passa!!!





 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 21/07/2018
Reeditado em 21/07/2018
Código do texto: T6396579
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