Minha alma não passa bem
È dia santo,preciso consertar canoa,
Quero sentença merecida a pleitear rio
sem a apelação do amor em desalinho!
Rio governa sem mim,afluentes bastava,
mas pretendi foz,em nascentes,faço versos de vida,
Desaguo cio e lua brilha melhor em mim!
Campeador de estrelas,catei mãos cheias delas,
as darei,no margeado a algum que estiver a pescado,
Minha alma não passa bem!
Querendo calor das coisas que dei,é desatino meu;
De quem pega canoa novamente,
desaprendido do engodo do rio e de apanhar estrelas!
Só trouxe aqui,metade de pão de centeio pra fome tardia,
Terei que atracar margem qualquer,e procurar venda,
falta cigarro de palha e lampeão,perdi alento,esqueci regra de rio!
Mas horta deixei,mão de arado troquei do pescado,
irreversíeis coisas do coração pratiquei,funda semente de amor;
É o jugo que me fere,planteei chão,desuso de rio deixei!
Como se não houvesse razão no chão já sitiado e de cerco
O que se perde na vida é a semente,num impasse de pescador,
Ousei terra só por uma vez,pela mulher amada,trai-me sem juncos de rio!!!
Minha alma não passa bem,atracarei canoa,manhã já vêm!!