Meu abismo
Feche as portas,sufoquem as janelas e suas cores,
tenho planos de colher estrelas hoje,esqueça o mataborrâo!
Manhãs nenhumas as quero,nem seus sóis;
Partiste e deixaste bilhete em papel de pão;
Nossas mobílias de amor foram divididas,nada quero!
Tranquem o arrebol,ainda falta tempo de estrelas,
e choveu na poesia minha, de desencanto e desalinhos,
calem-se,pudicas flores,lírios de junco de rio e jasmim,
e agora a que tanto ei de querer fome,estio,ou cio pelas manhãs?!
Tranquem as manhãs ,afáveis ou não afáveis,selem meu pranto!
Diz pra o canoeiro,lá pelas tantas depois de apanhar estrelas,
e no descuido da margem,apanhar-me e descer rio a momento!
As minhas canções mudas,desprovidas de cheiro
será meu sustento, até atraque de cais ,de uma outra margem,
outro difuso rio,que salta pra novo quintal onde tem madressilvas,
a felicidade fácil,com relógio de pulso,a medida de chegada
e partida de sol;Plantarei novas sementes de lírios de junco de rio,
E por,Deus que de ti,nem o velório dos meses,
nem as coisinhas miudas de ti ,nem essas chegarão a mim!
Tenho agora hábito de fera,e no armário que as encerro,
perdi chave de porta !E na anti-cadência da vida e de novos sóis e mais estrelas,essas ficarão;Doídas por momento;,Usura de gavetas,todas mortas,
a privação de frutas,de vida puida,e esquivança incerta,
estarei de pé,em prece,até que a valência dos dias ,te mastigue;
Pois de nós todos, são as sementes que pedem licença pra vida!!!