Outono de Áries
O mundo é meu jardim
Onde as pedras são flores belas
Refletem oque à em mim
Sobe uma calçada de pétalas
Reparo o fragelo de espinhos
E sorrisos amarelos
Tão obtusos quanto o outono,
Uma bela estação de guerras
Um jardim de mudanças
que se instalou
com um céu
cinza e nublado
Sobe nossas cabeças
O inverno se anuncia
em minha alma
Cansada de ter calma
E viver de esperança
Bravio quanto
um leão enjaulado
Um lobo irritado
Com os chifres inriste,
O bode se prepara
Para o açoite
Um combatê de mente e corpo
Sobre os jardins
Da Discórdia
Onde um dia
Propôs união
E harmonia
Desejou um tempo
De paz e glória
Mais a vida do ariano
É feita de batalhas
Guerras e conquistas
Morre em seu jardim
Mais nunca como cordeiro
Em seu peito
Bate um vulcão
Em seus olhos
A vida se acende
E a vermelha como um braseiro
Forjando a vitória
A ferro e fogo
Nem que seu sangue se espalhe
Sobre as pedras do jardim
Banhando as rosas
E o lírio copo de leite
Com a paixão do vermelho intenso
Que corre em suas veias,
Porém sua história
Ficará para semente
Em um levante
Em um último beijo
Em uma última peleja, Áries marca
O outono com sua destreza infame
É assim nos jardins de pedra e pó
Deita o senhor
da guerra
Que só se curvou
A o amor ardente
Nós braços de uma
Clara flor.
Por Alexandre Samambaia