A volta do canoeiro II
Na margem oposta passa lentamente o canoeiro
com sílabas,claras,claras pra fazer canção !
De uma a outra margem,e suas raízes,e calores são vãos;
Da superfície ora cálida,ora não,mantém coração aceso!
Desce o rio canoeiro! Leva meu abraço a ela!
Canoeiro silente,ataviado de chuva adentro no peito,
e com arrastão de canoa,esqueceu cigarro de palha,
E sereno e que não cansam mão a remar solidão!
Desce o rio canoeiro,palavras esqueceram
de anoitecer,rio banhando mãos,
Pensa na matéria sempre indecifrada
em seu mistério de ainda remar solidão!
E se nada colide rio e coração,
de rio prendeu emoção,nas águas,no cio,no nó do peito!
Apaga,canoeiro seu último pensamento dela;
Desce o rio ,canoeiro,pelo artifício do verso e da mesma solidão!