O outro lado da margem
Caso o por-do-sol não banhe mais nossos sonhos,
o rio instiga o sol, e dessa fome de não mais se saber rio,
nos vincula à terra, e nossas margens fêmeas!
E dentro da noite,como sabê-la novamente noite?!
Vivemos pousando como aves
que pressente só o chão ,margem e o cio do vôo;
Não, meu bem,não se lamente pelo curso do rio,
ele será sua semente de ventre e chama
moendo em ti ,dia a dia ,cavalo do peito, adentrando,suas ilhas !
Sob nossos corpos e carne viva,muda e serena,seremos raíz e rio,
nos perdendo nas muralhas do tempo,inefáveis talvez,
mas rompendo novas sementes,frutos de cais e remanso,na alma nua!!