CADA UM PAGA SEU PREÇO
O tempo passa no tempo,
Que passa mudando a gente,
Feliz de quem sente e passa,
Triste quem passa e não sente,
Quando se vê que passou,
Olha que nada restou,
Oh! Verdade deprimente.
Se pergunta o penitente,
O que fiz da minha vida?
Quando havia de fazer
A pergunta invertida.
Se passou perdeu a vez,
Não recebe quem não fez,
Nem pode cobrar a divida.
Ao tempo não se revida,
É preciso estar atento,
Se este dá, também tira,
Nos deixa sobre o relento,
Frágeis, na insegurança,
E sem nenhuma esperança,
Que haja outro advento.
Cai o corpo sonolento,
Dorme seu sono profundo,
Desse tempo que passou,
Presta conta em novo mundo.
Quem amou, será amado,
A quem não, será cobrado,
Sejam Ana ou Raimundo.
Feliz quem veio ao mundo,
Como um todo conheceu,
Se quis, aprendeu de tudo,
Se não quis, nada aprendeu,
O talento lhe foi dado,
Não quis o aprendizado?
Veio à vida, não viveu.
Rio, 12 de Agosto de 2007.
Feitosa dos Santos, A.