ROGO A TI, SENHOR...
... Eu, que sempre fui tão pequeno
que nunca plantei uma semente
nem mesmo vi brotar uma flor,
Rogo a Ti ,Senhor, a luz da madrugada.
Pois é nela que a vida prolongada
canta o ardor da solidão lacrimosa...
É nela, que a dama taciturna da morte
sepulta na caverna, os meus delírios.
Eu, que sempre naveguei em martírios
entre os banzeiros das noites revoltosas
presas aos grilhões que me flagelam,
Rogo a Ti, Senhor, os celestiais girassóis.
E, quando chegar a aurora, e os rouxinóis
tocarem seus virtuosos Cânticos de violinos,
Eu, que sempre fui pedra em silêncio
levantarei a âncora de meus tormentos!
E deixando para trás os meus lamentos
às margens dos pantanais umbrosos,
Eu, que sempre fui fruto do mato
Rogo a Ti, Senhor, Luz aos meus alentos.