ROGO A TI, SENHOR...

... Eu, que sempre fui tão pequeno

que nunca plantei uma semente

nem mesmo vi brotar uma flor,

Rogo a Ti ,Senhor, a luz da madrugada.

Pois é nela que a vida prolongada

canta o ardor da solidão lacrimosa...

É nela, que a dama taciturna da morte

sepulta na caverna, os meus delírios.

Eu, que sempre naveguei em martírios

entre os banzeiros das noites revoltosas

presas aos grilhões que me flagelam,

Rogo a Ti, Senhor, os celestiais girassóis.

E, quando chegar a aurora, e os rouxinóis

tocarem seus virtuosos Cânticos de violinos,

Eu, que sempre fui pedra em silêncio

levantarei a âncora de meus tormentos!

E deixando para trás os meus lamentos

às margens dos pantanais umbrosos,

Eu, que sempre fui fruto do mato

Rogo a Ti, Senhor, Luz aos meus alentos.

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 30/03/2017
Reeditado em 28/07/2022
Código do texto: T5956332
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