LIRA INFAUSTA...

Quando a flecha do destino

Feito luz de estrela ingrata

Varar-lhe o amargo peito,

Cessará o Amor-imperfeito

Que habitam seus tormentos?

Oh, Lira infausta da morte

Tu que és tão bela e sábia

E embala o coração que sofre

Finda essa triste noite que corre

Feito largo e tenebroso rio.

Dá-lhe jazigo ao moribundo cravo

E faz o canto da rasga mortalha

-Sombrias e tristíssimas cantigas-

Velar as mazelas adormecidas

Que regam seus eternos pesares!

E, quando o palácio azul do céu

Abrir o fosco véu de suas portas

Possam as lágrimas opulentas

Sobrestar as dores violentas

Que enlutam o infeliz coração!

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 13/10/2016
Reeditado em 04/11/2016
Código do texto: T5790498
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