SONHO NEFASTO

Amanheci desnudado em um sonho

... Com os pés molhados na solidão

Com os olhos voltados ao chão

Do porão escuro de minhas sombras

A pequena janela entreaberta do quarto

Permitia que as fagulhas do raiar do sol

Abrasassem os retalhos do velho lençol

Que vestiam minhas quietas mágoas!

No canto escuro e frio da parede

Num entrelaçado acinzentado de teias

Algumas aranhas sorrateiras

Celebravam o luto do moribundo.

Os Espirito desgraçados dos prantos

Acinzentados em tempestuosas aflições

Ritmavam os fúnebres acordeões

E o valsar de minhas flores mortas

Antes que a cura do desalento chegasse

E de mim roubasse o canto entristecido

-Sepultado em mortuário esquecido-

Ceifou-me a vida o perverso sonho!

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 28/07/2016
Reeditado em 16/11/2016
Código do texto: T5711835
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.