ELEGIA A SOLIDÃO
Tudo na vida esvai-se ao vento:
As decepções escurecidas em dores,
As alegrias, os risos floridos de amores...
Tudo passa! Tudo tem seu tempo...
Eis que retorno a caverna da solidão,
E, no velho baú de guardados
Entre segredos e sonhos roubados
Aprisionei as cicatrizes na escuridão.
Rubras lágrimas choram minh’alma!
E meus olhos, à luz da branda calma,
Teimam primaverar a vida perdida.
Nesta noite de amarguras e desejos
Só me restar à ausência de teus beijos
E o duro lamento da escolha dolorida!