VULTO NO ESPELHO
(Samuel da Mata)
 
Quando eu me vi assim, vazio de mim mesmo, corei-me de pavor.
Atônito procurava algum vestígio do que fui, mas não encontrei.
Minh ’alma esbranquiçada, nem sequer da dor lembranças tinha.
Onde foi parar meu eu, tão narciso, intrépido e sonhador?
 
Talvez eu sempre tenha sido assim, apenas vulto que passa.
Nada mais que sombras de ilusões e quimeras.
Talvez as cores sejam apenas o fruto da soberba
Da névoa seca a forma ou vultos imprecisos de fumaça
 
Quem sabe agora que me achado eu tenha
Saiba decodificar a vida, com da verdade, a senha.
E aprenda a dar valor a tudo que de fato tenho
Nada, nada, nada, apenas sonho e empenho.
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 05/04/2016
Reeditado em 05/04/2016
Código do texto: T5595442
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