Muito além da vidraça,
Vejo a nuvem que passa
E que me leva a sonhar
 
Lá, além da vidraça,
Onde a vida tem graça
É que eu quero morar
 
La não chega a gentaça
A comida é de graça
Tenho que ir pra lá
 
Ponho fogo praça
Faço greve e arruaça
Tenho que chegar lá
 
Mas, quando passa a vidraça
É que se vê que é fumaça
O que eu estava a mirar
 
Mas, já quebrada é a taça
Do que foi, só a carcaça
Pra história contar
 
Instala-se a desgraça
O remorso e a chalaça
Resta agora chorar
 

Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 17/07/2015
Reeditado em 08/05/2023
Código do texto: T5314400
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