SUAVE

A boca muda se cala

No início da noite que vinda

Do alto de uma árvore

No clamor do calor a cigarra grita

No instante fecundo de um suspiro

O coração lança nas veias seu espirro

Espirro de águas vermelhas

Rubras como groselhas

Na imensidão do mar revolto

Ondas relutam no seu caminhar

Um céu abrasador absoluto

Às esverdea para nos encantar

Na seresta vespertina

Violas tocam surdina

Acordes lúdicos e belos

Num desabrochar de flores

Num recanto à beira mar

Perfumes suaves criam elos

A brisa serena vem para abrandar

O pescador violeiro

Lança no ar sua voz com sabor de mar,

A menina faceira que passa

Se aquieta

Só para ouvi-lo cantar

Cristina Gaspar

Rio de Janeiro, 19/01/2015

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 19/01/2015
Reeditado em 24/01/2015
Código do texto: T5107358
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.