A Dona da Calçada (Cecitonio Coelho)

Pura, feia de cor, a baby

Crua, meiga, a flor

É a mais metida

É a bem madura, verde

A sede viva do lugar

Maluca a te querer

Rua nua, descalça é lei

Suja, imunda, muda

Maníaca em desejar o frio

Ninguém acolhe a dona da calçada

E à noite vai chover

Tua veia dolor é cheiro

Por aí, delirando ao se dar

Prostituída de um poder tão só

A solidão é o seu eterno

É duro, é o tão sincero

Lua cheia de dor, amei

Pelo beco, a delícia vulgar

É a inquietude da insensatez

Enlouquecida por você

É doida de prazer