SOLO SERTANEJO
Uma casa pequenina/
Rodeada de natureza/
Lá nas planícies dos campos/
Que enche os olhos quando vemos/
De felicidade repleta/
Quando ocupada de seus habitantes.
Movimentando pelos pequenos espaços/
Gente: irmãos membros desta família/
Sertanistas/
Para o consumo humano/
Plantadores de alimentos.
No ceio deste casebre/
Vidas latentes, amor correspondente/
Filhos e filhas, pai e mãe/
Homens com braços fortes/
Próprio para o trabalho constante.
Sol, lua estrelas brilhando/
Cenário de um espetáculo divino/
A relva, o chão forrado.
O cheiro da umidade/
Do solo molhado belas flores/
As margens dos descampados.
São cores que saltam os olhos/
Tão perto de nossas vidas/
Os pássaros gorjeiam/
Contemplando a natureza/
O claro da aurora flamejante
Vindo desponta/
Para luta diária/
Desperta um corpo cansado/
Labutando todos os instantes/
Nas lavouras e nos roçados.
A terra removida/
Fofa para plantio/
As valas enormes
Esperam pelas sementes/
São os sulcos rasgados/
Como feridas abertas em sangue/
Esperando a germinar estes grãos/
Soterrados/
Aguardando as chuvas/
Que virá a deixar este chão/
Como um charco, todo molhado.
Quando o sol vai se escondendo/
É hora de renderem-se as lutas/
Dar por vencido.
Abatido pelo cansaço/
Retorna a casa o sertanejo/
Exaustivo, pele queimada/
Músculos doloridos/
De horas de trabalhos incessantes.
(antônio herrero portilho)