EM BUSCA DO AMOR
Sim. Viajei céus, mares e montanhas.
Andei sem parar dia e noite pelo deserto.
Naveguei por rios longos e profundos.
Vez ou outra parava numa camada de nuvens para observar o que estava abaixo dos meus pés.
A cada instante embrenhava-me dentro de mim mesmo. Sentia-me no infinito.
Tudo estava claro à minha frente, mas nada me dava segurança. Porém já não podia retroceder.
Balbuciava comigo mesmo em voz alta: Ora, todos tem um alguém para amar e somente eu estou solitário.
E indagava: O que será que há de errado comigo?
E nesse turbilhão de indagações vieram-me à mente imagens de mulheres lindas com as quais já havia me relacionado, mas por pura e simples amizade.
E daí? Nenhuma delas queria ter comigo qualquer relacionamento amoroso. Nada mais que isso.
E eu tão ignorante não valorizava tais amizades. Nunca imaginei que é de uma grande amizade que nasce um grande amor.
O tempo passava e a minha viagem não terminava, até porque eu já não me localizava.
O meu desejo de encontrar alguém para amar era tanto que não mais lembrava por onde começara aquela viagem insólita.
Abri os olhos e vi que as borboletas me rodeavam, os pássaros gorjeavam ignorando a minha presença, tal o estágio da minha paralisação física em divagações.