A rosa despetalada

A MORTE DA ROSA.

Rainha da primavera, flor menina

daquele caule sais te,

ramo delgado enfeitado

com estes gestos de moça

de tantas cores tão lindas

a ti quero falar.

Flor peregrina,

soltas te deste seu galho,

na hora da ventania;

já não tem mais serventia

foste atirada ao chão

como algo sem valia.

Que vida curta tu tens,

outrora viçosa e linda

com aromas sem igual

veio a chuva veio o vento

te atirou ao lamaçal

ficando toda ferida

quase desnuda sem vida.

Despetalada, tão desprezada

estas nas horas finais,

moribunda agonizante,

morrer para uma nova vida

as dores de despedidas

é isto que lhe destina

nestes momentos marcantes.

Aqui nestes jardins,

as cores não tem mais vidas,

ficaram entristecidas

lamentar a triste sina

da rosa tão bela e fina,

tão formosa, tão querida,

princesa deste lugar.

Os cravos e açucenas,

margaridas e bromélias,

com soluços magoados

os lírios apaixonados,

com a morte da menina,

companheiras de canteiro,

esta tal flor peregrina

se foi embora para sempre,

não mora mais aqui conosco,

parece não mais voltar.

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 28/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
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