A rosa despetalada
A MORTE DA ROSA.
Rainha da primavera, flor menina
daquele caule sais te,
ramo delgado enfeitado
com estes gestos de moça
de tantas cores tão lindas
a ti quero falar.
Flor peregrina,
soltas te deste seu galho,
na hora da ventania;
já não tem mais serventia
foste atirada ao chão
como algo sem valia.
Que vida curta tu tens,
outrora viçosa e linda
com aromas sem igual
veio a chuva veio o vento
te atirou ao lamaçal
ficando toda ferida
quase desnuda sem vida.
Despetalada, tão desprezada
estas nas horas finais,
moribunda agonizante,
morrer para uma nova vida
as dores de despedidas
é isto que lhe destina
nestes momentos marcantes.
Aqui nestes jardins,
as cores não tem mais vidas,
ficaram entristecidas
lamentar a triste sina
da rosa tão bela e fina,
tão formosa, tão querida,
princesa deste lugar.
Os cravos e açucenas,
margaridas e bromélias,
com soluços magoados
os lírios apaixonados,
com a morte da menina,
companheiras de canteiro,
esta tal flor peregrina
se foi embora para sempre,
não mora mais aqui conosco,
parece não mais voltar.