FRAGMENTOS D’ ALMA

Nunca fui um peso morto

como pensam os tolos

de coração vil...

Sou apenas uma pedra

desgastada pelo tempo,

um bloco rude que medra

esquecido em desalento!

Mas em tempos de outrora

Já fui importante esteio,

estrela azul da aurora

do castelo de uma rainha.

Nunca fui um peso morto

como jugam aqueles

sem alma...

Sou apenas uma rocha

esquecida, fragmentada,

e, sob a luz de uma tocha

vou desviando da cilada!

Assim visto meu manto

e na solidão ergo o canto

silencioso da dita vitória

sem alardear inútil glória!

Nunca fui um peso morto

como teimam os seres

da escuridão...

Sou herança do tempo,

do abandono desmedido,

da fúria dormida ao relento

impostas aos comedidos!

Mas também sou vida

e tenho beleza interior:

Esperança descabida

nascida no seio da dor!

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 06/02/2013
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