FRAGMENTOS D’ ALMA
Nunca fui um peso morto
como pensam os tolos
de coração vil...
Sou apenas uma pedra
desgastada pelo tempo,
um bloco rude que medra
esquecido em desalento!
Mas em tempos de outrora
Já fui importante esteio,
estrela azul da aurora
do castelo de uma rainha.
Nunca fui um peso morto
como jugam aqueles
sem alma...
Sou apenas uma rocha
esquecida, fragmentada,
e, sob a luz de uma tocha
vou desviando da cilada!
Assim visto meu manto
e na solidão ergo o canto
silencioso da dita vitória
sem alardear inútil glória!
Nunca fui um peso morto
como teimam os seres
da escuridão...
Sou herança do tempo,
do abandono desmedido,
da fúria dormida ao relento
impostas aos comedidos!
Mas também sou vida
e tenho beleza interior:
Esperança descabida
nascida no seio da dor!