Permito-me sonhar

Permito-me sonhar.

O tempo, não passa

Congelado na retina,

Os segundos vão-se uma a um.

A conta gotas, levados pela chuva,

Para algum lugar, para algum lugar,

Do passado, tão presente e já ausente.

Sobram pensamentos soltos,

Falta-lhe coragem de colocá-los

No papel, presos em algum lugar,

Sem motivos, sem porquês,

Apenas suspirar.

Só, pela janela, a observar,

A chuva, o silêncio, o tempo,

Passar e passar, pelas horas passear,

Tão distante, que permito –me sonhar.