bandeirinhas.

essas banderinhas a tremular

estimulando o arraial a festejar

onde os meninos cortejam as moçoilas

e estas timidamente, assanhadas

num balançar de ancas

brincam de pureza

como se fossem feitas de singela inocência

as banderinhas estão a agitar

com a brisa que corre

com a fogueira de fundo

com o padre no meio das beatas

a falar com a boca cheia

de mil paparicos, durante a festa rural

as bandeiras com suas mil cores

fazem do arco-íris

mero borrão da natureza

e as crianças do lugarejo

com suas roupinhas remendadas

de tanta escassez

brincam as mil cores que lhes vestem

a acompanhar a flâmulas multicolocoridas

suspensas, quase ao acaso no ar

ritmicamente a tremelicar

e os homens se preparam pra longa noite

após a bebedeira

já as mulheres, em suas rodas de senhoras

falam do mundo e correm atrás de suas crianças

e acabam por acolher seus homens

(isto as que possuem)

ora bravas, ora doces, mas quase faceiras

a esperar cair nos viris braços, matreiras

e todos dançam do lado da fogueira

sob a música de paixão

do ardor mútuo, que todos vivem

como uma manifestação humana

um preparativo aos sonhos

que atrás da noite de alegrias (!?)

as bandeirinhas remetem

no seu leve bailar.

paulo jo santo

05/11/2010 - 06h54

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 05/11/2010
Reeditado em 05/11/2010
Código do texto: T2597824
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