O Bailado das Quatro Estações
Quando chega o Verão
O astro rei cedo aparece
Resplandece orgulhoso
Transborda o dia de vida
O mar se faz generoso
E também se envaidece
Das pessoas que passeiam
Pela praia colorida...
Peixe salta na onda
Gaivota voa no vento
Sombrinha colore areia
Surfista na crista azul
E quando a noite desce
No estrelado firmamento
Reluz feliz e garboso
O belo Cruzeiro do Sul...
Então chega o Outono
Com sua dança dos ventos
Espalha as folhas caídas
Varre os quintais da terra
Às vezes sopra suave
Com ventos sutis e lentos
Às vezes sopra feroz
Como os tambores de guerra...
Rouba o manto do Ipê
Tira as roupas do varal
Rodopia no terreiro
Gira a pá o moinho
Coloca o mundo nu
Qual capinado quintal
E prepara o planeta
Pra chegada do vizinho...
Pálido chega o Inverno
Gela o cimo do monte
Neva a encosta da serra
Cobre a terra num véu
Fino organdi de seda
Que vem desde o horizonte
Chega até a montanha
E alveja o azul do céu...
Os animais se abrigam
Gelam as águas do rio
O frio tudo domina
Com hálito glacial
E quando enfim se vai
A estação do frio
O mundo feliz recebe
A estação magistral...
A radiante Primavera
Colore a existência
Revive o verde do monte
E enche a vida de flores
Mágico toque de fada
Soberana imponência
Borda jardins e praças
Com miríades de cores...
Essa dama tão formosa
E de alma tão bem feita
Torna a vida fabulosa
Exuberante e florida
E as quatro estações
Em harmonia perfeita
Perpetuam num bailado
O ciclo eterno da vida...