A Casinha da Praia
A casinha encravada na encosta do rochedo
despencava sobre o mar com suas flores na varanda,
e um bando de gaivotas sobre o espelho do oceano
voejava barulhento em frenética ciranda...
Quem passava no caminho que o monte margeava
podia ver, de um lado, o azul do mar imenso,
e do outro a casinha, branca e iluminada,
com suas janelas abertas para o céu de azul intenso...
Naquela casinha branca a vida era encantada,
o sol fazia morada e banhava tudo em luz,
nas janelas balançavam alvas cortinas rendadas,
e sobre a porta da sala uma abençoada cruz!
Um tapete verdejante se estendia ao seu redor,
salpicado de flores, qual bordados em um manto,
canteiros de sempre-vivas exuberavam em cor,
e a brisa a circundava entoando um doce canto...
Transmitia a quem passava uma sensação de festa,
até parecia a morada da própria felicidade,
não era nenhum palácio, era até muito modesta,
mas não existia igual, nem na mais rica cidade...
Tinha um telhado de palha, trançado com arte e ciência,
recortado contra o céu de um azul forte e profundo,
mais parecia um poema dedicado à existência,
qual fosse um quadro vivo na branca parede do mundo...