As Flores do Flamboyant
O flamboyant, com sua copa florida,
debruçava sua sombra no terreiro,
e um sabiá trinava, cheio de vida,
trazendo um prenúncio alvissareiro.
Debruçada na janela, uma menina
admirava a cena, e suspirava,
encantada com a melodia fina
que o sabiá pelos céus lançava.
Num galho que debruçou, pleno de flores,
pousou uma borboleta colorida,
e uma moça suspirou por seus amores
numa ânsia lânguida e sentida.
Uma mulher que vinha pela estrada
sobre a qual o flamboyant se debruçava,
olhando para aquela bela florada
suspirou por aquele a quem amava.
E quando foi ao chão toda a florada,
carregada pelos ventos do outono,
uma velha, nos anos debruçada,
suspirou, entregue ao abandono...