Tarde
Hoje acordei na manhã que já era tarde
Tarde não de Horas. De Tarde!
Vivi algumas horas sem saber bem ao certo
O porquê de tudo aquilo.
"Aquilo" foi tão estranho para mim,
Mesmo eu que caminho pelo vale da solidão.
Afinal, meu Deus, o que está havendo?
O dia agoniza e ninguém quer ajudá-lo!
Pensei se podia contar o que sinto para as pessoas
Mas tenho certeza, ninguém reparou no Dia...
Agora é tarde,
Não tarde de Horas. De Tarde!
Relampeja, chuvisca, estertora o dia; Que Dia!
Não compreendo essa Tarde que tão cedo é noite...
O Céu escurece. Brilha. Grita.
Mas passa tão despercebido o sofrimento do Dia...
Me assusto!
Não pelo Dia. Pelo Descaso!
As gotas predestinaram essas letras
Cada curva dessa grafia é um exorcismo
Regado pelas águas de Tarde
Não pela Tarde. Mas DA Tarde!
Benditas letras...
Maldito poeta...