INVESTIDAS DA NATUREZA

Morcegos ziguezagueiam como loucos

cobrindo toda a área do candeeiro

de rua mesmo defronte de minha janela

e dezenas de insectos voltejam tentando

esquivar-se das suas investidas e ao mesmo

tempo desviar-se da enorme teia de

aranha aí erigida, que tudo suporta

desde ventos fortes a grandes aguaceiros.

Lá fora a chuva resolveu aparecer e o

respingue da água ao bater nas flores

cria poças de água, onde se pode ver alguns

insectos hermafroditas e pequenas rãs

coloridas avisando de seu veneno.

O cheiro a terra é intenso e na minha cabeça

viajo até aos primórdios da existência

Humana, tal o olor que se solta da terra

molhada e me entra pelas entranhas adentro

numa pureza de outros tempos.

A chuva continua a cair e o vento zurze

do nada para dar mais força às águas que

caem do céu, dobrando árvores e mostrando

o reverso descolorido de suas folhas, num

verde seco e áspero coberto pelo fustigar

da chuva e do vento Norte.

Está frio…regresso aos meus aposentos

deixando a natureza entregue a si própria.

Jorge Humberto

20/12/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/12/2009
Código do texto: T1989401
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.