CHUVA E SOL

Lá aonde os céus ditam suas regras, troveja

e cai uma chuva sem parar,

molhando tudo à sua passagem,

pessoas, jardins, estradas e carros.

As pessoas correm sem sítio certo

para se esconder, mas sei que as rosas

a esta hora sentem-se mais vivas do

que à instantes atrás, e que o louva-a-deus,

camuflado misturado com as flores,

reza pela sua próxima vitima.

Vestindo uma capa saio à rua sem me

importar com o enorme lacrimejar do céu,

e dou por mim a observar os pássaros

muito sossegados debaixo das ramas

frondosas das árvores, enquanto ao

longe os céus se enchem de luz, e as flores

se vergam sobre o peso da água.

A esta altura todos os insectos fazem

suas improvisadas casas no reverso das folhas,

para assim se protegerem da chuva, que

não pára vinda lá dos céus revoltos, e folha a

folha vou vendo como a vida se protege em dias

de intempérie.

Alguns caracóis com os corninhos à chuva,

passeiam-se vagarosamente neste tempo

que os faz sair de seus esconderijos e vagar

livremente, fazendo sobressair a cor de suas

casas.

E num repente tudo passa assim como

começou a chover, raios virgens de luz emitidos

pelo sol começam por secar aos poucos a muita

água caída e os animais retomam a sua actividade,

enquanto as pessoas lamentam a roupa

toda molhada.

E é então que tudo retoma uma certa normalidade

e ao sol as flores ruborescem, os pássaros

cantam para se agrupar, e as pessoas evitando

as poças de água no chão, vão a casa trocar de

roupa molhada por roupa seca…

E mais um dia de chuva se passou, dando lugar a

um céu limpo e um sem número de nova vida.

Jorge Humberto

04/12/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/12/2009
Código do texto: T1962026
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