João Gabriel

Filho, fostes minha primeira cria

Eu, mãe pequena, plantei somente o que sabia

Se pouco, se muito não consigo sacramentar

Se certo, se errado não consigo arranjar

Em contrapartida, posso afirmar:

Fui apenas o que alcancei

Mas, ao extremo, de cara, te amei.

És meu turbilhão de alegrias

És meu primogênito, minha bela cria

És também o poço onde, equivocadamente,

Deposito minhas frias agonias.

Filho vem a mim e abasta meu coração

Sabes que careço de tu como meu guia

Avizinha-te e leva-me pela mão

Tu me indicas a melhor direção?

És sábio,

Sozinho aprendestes a cuidar de mim

Tens ciência do frágil equilíbrio em que me sustento

És sábio,

Sozinho aprendestes a cuidar de mim

Conhece as angústias em que me afundo, sim.

Filho, vem cá,

Necessito que me abarques

Sabias que por mim fostes apelidado

De menino sagrado?

E em teu nome abençoado, João Gabriel,

Agradeço o ar que diariamente me é ofertado.

Filho abraça meu coração

Juntos uniremos harmonia

Dessa forma tu poderás sentir

Um pouco do quanto és amado por mim.