PANORÂMICA
O que tenho a ver com paisagens de janela embaçada?
Nela passo meu antebraço com a mão destra fechada.
Esfrego os olhos com punhados de sal preto. Carvão.
Vista para um mar cheio de alardes e ardências.
Aumentam a pressão. Fachada do sol encoberta.
Mar de sangue ao som de maré alta dentro da concha.
Nenhuma rocha por perto, céu limpo de Aquarius.
Daí então eu grito às ondas do corpo em montanhas de prédio.
Oca vertigem de quem deságua à margem petrificada.
Lágrimas imperceptíveis na face imersa. Uma farsa, apenas.
Há penas e um pássaro.
por: PAOLA FONSECA BENEVIDES