FRIO DA AUSÊNCIA

FRIO DA AUSENCIA

Sinto frio quando teus olhos estão ausentes,

Gela-me o coração quando vai, quando partes,

Toldam-se meus olhos de gotas que,sendo quentes,

Não acalentam a frieza de estar só!

Frio, muito frio, nas noites solitárias

Sem poesia nem um beijo

Vazias num lugar que ali, sem ninguém,

Está preenchido pela imagem impalpável do ser!

Tremo, agarro-me, abraço-me ,

Tento aquecer este desalento do vazio

Onde me procuro no aconchegar,

Olhando diante o vidro fosco,

Humedecido pelo temporal que corre

Na rua, indiferente, insensível!

Que tremendo castigo, que lonjura,

Que caminho mais penado poderia levar-me

A uma solidão que me castiga!

Encostado à janela, olho a chuva,

Vejo as árvores dançar com o vento

De que seu companheiro nesta tarde,

Enquanto eu, no meu recanto de silêncio,

Sinto frio, muito frio!

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 21/12/2008
Reeditado em 21/12/2008
Código do texto: T1347079
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