AINDA O OUTONO

Dúctil, esquivo, persistente o sol

teima em dourar as manhãs, do

Outono chegado, inda faz pouco

tempo, no tempo corrido.

Posso testemunhar, que os dias,

já não são iguais, o frio tornou-se

quase diário e as noites, chegam

agora bem mais cedo.

Nisto as pessoas entram numa total

metamorfose: de manhã saem à rua,

de roupa levezinha, à tarde vestem

casacos, levantando a gola ao vento.

Sem aflição alguma, que se denote,

os passarinhos, às janelas, continuam

a cantar, chamando as fêmeas, que

se encontram mais à distância.

Em vão procuro alguma andorinha,

que se tenha atrasado, e que, por aqui,

tenha resolvido ficar, para que se possa

apreciar, seu voo majestoso.

Mas não! Partiram de vez! Aguardo a

primavera com calma, pois, todas as

estações, têm seu ciclo, que lhes é

devido.

Outono é um pastel, de um paisagista,

donde predominam os amarelos,

os castanhos e os vermelhos, e, os

jardins fenecem, em toda a sua cor e doces

fragrâncias.

Não mais o cheiro a terra… tardam as

chuvas! Só a hortelã persiste, por entre

as ervas daninhas, num grato olor,

invadindo nossos sentidos… e há um

louva-a-deus, estático, esperando sua

vitima, por entre o emaranhado de ervas.

Outono das mil e uma cores, que vieste

para ficar, certifica-te, que te engrandeces,

perante todos os que por ti passam,

de manhãzinha até à noite, trazendo-nos

a tranquilidade de teus dias, meio que pardos.

Jorge Humberto

26/10/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 27/10/2008
Código do texto: T1250860
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