RENOVA-SE O CICLO

Chegando o entardecer há uma manifestação

de vento, no cume das árvores. O dia torna-se

mais frio, e, aqui e ali, já se vêem pessoas,

vestindo agasalhos, mais apropriados, para um

inverno, que se aproxima a passos largos.

O verão ainda assim não desarma e os dias,

quase sempre atingem temperaturas agradáveis,

mais a propósito com a estação, que ainda vai

dominando, o dia-a-dia das gentes. Embora

irregular, pois a natureza já não é o que era.

Pressinto que o inverno venha a ser rigoroso,

com muita chuva e dias de nevoeiro, vento

forte e temperaturas frias, como não se via até

então, há uns anos atrás. No fundo estaremos

a colher aquilo que plantamos, por ignorância.

E todas as tardes, debruçando-me da minha

janela, olhando o rio lá mais em baixo, ondas

se levantam, bêbedas de vento, indo bater forte,

de encontro às margens. Mau agoiro para os

pescadores, esforçando-se por chegar a casa.

É um terminar de um ciclo e o começo de outro.

E já os jardins se despem de flores, deixando

cair suas pétalas pelo chão. Desapareceram as

andorinhas, fragrâncias intensas a hortelã.

Amanhã, depois do sono, tudo será diferente.

Jorge Humberto

15/09/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 16/09/2008
Código do texto: T1180834
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