RIMAS INVISÍVEIS (A CADELA E A LIBERDADE)
Uma crítica a falsa liberdade humana e aos que consideram a liberdade um problema pessoal, não social.
Rimas Invisíveis
a cadela, sorrateira,
aspirando um novo mundo
escapou de sua (presilha)
e do dono (preguiçoso)
viu soldados jovens bravos
pouco tempo ainda vivos
sem escolhas, qual (peões),
sem saber por quais (intuitos)
viu revidarem a pontapé
e com mandados de prisão
tentar nadar contra a (corrente)
e a liberdade de (pensar)
viu crianças já sem vida
com um inchado abdome,
pratos sujos sem (sustento)
as matando ali de (dores)
entendeu que os humanos
são qual rimas invisíveis:
cobrem o crânio com seus (lenços)¹,
pensam ser os versos (brancos).
===================================
A Cadela e a Liberdade
a cadela, sorrateira,
aspirando um novo mundo
escapou de sua coleira
e do dono vagabundo
viu soldados jovens bravos
pouco tempo ainda vivos
sem escolha, qual escravos,
sem saber por quais motivos
viu revidarem a pontapé
e com mandados de prisão
tentar nadar contra a maré
e a liberdade de expressão
viu crianças já sem vida
com um inchado abdome,
pratos sujos sem comida
as matando ali de fome
entendeu que os humanos
são qual rimas invisíveis:
cobrem o crânio com seus panos¹,
pensam ser os versos livres.
[1] Menção "honrosa" à Purka