RIMAS INVISÍVEIS (A CADELA E A LIBERDADE)

Uma crítica a falsa liberdade humana e aos que consideram a liberdade um problema pessoal, não social.

Rimas Invisíveis

a cadela, sorrateira,

aspirando um novo mundo

escapou de sua (presilha)

e do dono (preguiçoso)

viu soldados jovens bravos

pouco tempo ainda vivos

sem escolhas, qual (peões),

sem saber por quais (intuitos)

viu revidarem a pontapé

e com mandados de prisão

tentar nadar contra a (corrente)

e a liberdade de (pensar)

viu crianças já sem vida

com um inchado abdome,

pratos sujos sem (sustento)

as matando ali de (dores)

entendeu que os humanos

são qual rimas invisíveis:

cobrem o crânio com seus (lenços)¹,

pensam ser os versos (brancos).

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A Cadela e a Liberdade

a cadela, sorrateira,

aspirando um novo mundo

escapou de sua coleira

e do dono vagabundo

viu soldados jovens bravos

pouco tempo ainda vivos

sem escolha, qual escravos,

sem saber por quais motivos

viu revidarem a pontapé

e com mandados de prisão

tentar nadar contra a maré

e a liberdade de expressão

viu crianças já sem vida

com um inchado abdome,

pratos sujos sem comida

as matando ali de fome

entendeu que os humanos

são qual rimas invisíveis:

cobrem o crânio com seus panos¹,

pensam ser os versos livres.

[1] Menção "honrosa" à Purka

Josadarck
Enviado por Josadarck em 14/05/2008
Reeditado em 08/03/2009
Código do texto: T988586
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