Ossos de lado
Muitas vezes volto de
Para aonde estava indo,
Sinto no mesmo tempo
Que devia ter seguido
O tempo todo não sei
Se estou indo ou vindo
Às vezes penso que estou,
Que sou umas aladas
Por uma enorme ave que
Sobrou das mitologias,
Que em mim tem suas
Longas garras cravadas
Às vezes penso que
Encontrei os caminhos
Às vezes penso que
Sei toda doutrina antiga
E sinto o baque de
Ter no coração espinhos
Meu coração está fatiado
Servido mal passado
Mastigado e deglutido
Por um ser inveterado
Ladrão de minh'alma,
A pôr esses ossos de lado...