Ossos de lado

Muitas vezes volto de

Para aonde estava indo,

Sinto no mesmo tempo

Que devia ter seguido

O tempo todo não sei

Se estou indo ou vindo

Às vezes penso que estou,

Que sou umas aladas

Por uma enorme ave que

Sobrou das mitologias,

Que em mim tem suas

Longas garras cravadas

Às vezes penso que

Encontrei os caminhos

Às vezes penso que

Sei toda doutrina antiga

E sinto o baque de

Ter no coração espinhos

Meu coração está fatiado

Servido mal passado

Mastigado e deglutido

Por um ser inveterado

Ladrão de minh'alma,

A pôr esses ossos de lado...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 03/05/2008
Código do texto: T973192
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.