Deixem...

Não transformem meu amor

em vil

não o diminuam

nunca.

Façam-no breve e lápide.

É como apedrejar o corcovado

e sorrir de medo.

Ninguém apedreja.

Ninguém é juiz o bastante

para falar do amor que sinto.

Deus o fez assim,

senão, eu não o sentiria´:

é amor sossegado num turbilhão de barulhos,

num momento de paz de cólera.

Imagine a pluma que cai

da asa do bem-te-vi

em seu último vôo.

Leveza, canto

e despedida.

Não sou capaz de encontrar mais palavras

para descrevê-lo agora.

Terei que, primeiro, deixem,

vivê-lo mais.

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Primeira versão em 30/08/1995

Liz Hardt
Enviado por Liz Hardt em 27/04/2008
Código do texto: T964085