VENTOS PASSADOS NÃO MOVEM MOINHOS
Houve um momento em que desembacei
minhas visões e de lança em punho,
me lancei sobre moinhos de vento.
Ventos passados não movem moinho,
mas movem lembranças.
Eu via muitas Dulcinéias na platéia.
E era preciso vencer tantos desaforados
gigantes, que me metiam medo,para
vir a vencer a mim,o que dava no mesmo.
O magro cavalo que suportava o peso
da minha juventude não tinha idade
porque não tinha dentes.
Assim como os leões que enfrentei.
Eles não tinham dentes, mas tinham
garras afiadas. Entre realidade e sonho,
lucidez e loucura, amei as primeiras e
vivi as segundas.