Autenticidade

Por que tenho que ser macabra para que me compreenda?

não preciso morrer vestida de rendas

para atestar minha virgindade

divina divindade que viveu em putaria

e foi um dia a mais ingenua da filhas

coim a mais autêntica caligrafia

dos falsificadores...

Não quero morrer entre os podres

sou mais que um simples talão de cheques

uma aliança desgastada pelo tempo

pelo tempo, pelo tempo, que o vento levou

como no filme, mas sem romance

só demagogia numa geografia

de país que não cresceu...

Sou normal, rio, choro, erro, imploro, peço perdão...

dou as mãos se preciso, abro um sorriso

corto os pulsos, soco sua cara, fico nua

não obedeço se me pede que saia

fujo se me pede ajuda, fico muda se me fala

e falo horrores de sua mudez...

Me gostas assim? Não? Então desocupa a vez...