O INDIFERENTE

- Por que corres tanto, Tempo ?

Por agora sou feliz ?

Não sejas tão mau assim,

qual foi o mal que eu te fiz ?

Por que passas devagar,

quando vivo as horas más,

e as boas, levas depressa ?

Isto, Tempo, não se faz !

- Porque passo devagar,

mas passo, nas horas más,

e as boas levo–as depressa ?

Sou o Tempo, nada mais ...

Sou a tudo indiferente,

à tua sorte também :

às vezes, não és feliz ?

Eu não persigo ninguém !

Eu já te fiz esquecer

um grande amor que tiveste,

e nunca me agradeceste,

nem “obrigado” disseste.

Mas só reparas no mal

que, porventura, te faço ...

se passo nas alegrias,

quando sofres, também passo !

Élton Carvalho

Élton Carvalho (em memória)
Enviado por Élton Carvalho (em memória) em 18/03/2008
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