O INDIFERENTE
- Por que corres tanto, Tempo ?
Por agora sou feliz ?
Não sejas tão mau assim,
qual foi o mal que eu te fiz ?
Por que passas devagar,
quando vivo as horas más,
e as boas, levas depressa ?
Isto, Tempo, não se faz !
- Porque passo devagar,
mas passo, nas horas más,
e as boas levo–as depressa ?
Sou o Tempo, nada mais ...
Sou a tudo indiferente,
à tua sorte também :
às vezes, não és feliz ?
Eu não persigo ninguém !
Eu já te fiz esquecer
um grande amor que tiveste,
e nunca me agradeceste,
nem “obrigado” disseste.
Mas só reparas no mal
que, porventura, te faço ...
se passo nas alegrias,
quando sofres, também passo !
Élton Carvalho