Flores Murchas
A primeira vez que eu morri
Doía a fria madrugada
Perplexo, sem nexo nos becos imundos
Com as flores murchas atravessadas na garganta
A segunda vez que eu morri
Chovia no quarto oco sem vértice
Podia sentir as bactérias roendo meu fígado
Tinha um grito de gol preso na garrafa
Agora eu morro todo dia
Quando amanhece e ilumina minha ignorância
A noite estremece em desassossego
E as flores murchas beijam o meu porta retrato...